Sigamos o Cherne!


(Depois de ver o filme «O Mundo do Silêncio» de Jacques-Yves Cousteau) 

Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria… 

Em cada um de nós circula o cherne, 
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado… 

Sigamos, pois, o cherne, antes que venha, 
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...

Alexandre O'Neill