O coração de Carlo estava cheio de uma transbordante felicidade. Ele não devia pensar senão no seu sexo, e isto continha em si prazeres indescritíveis, os únicos realmente sublimes da vida. É verdade que custariam também angústia e terror, que ele para alcançá-los deveria travessar zonas de morte, de verdadeira morte — por medo e ansiedade — mas a ideia de todas as possibilidades das alegrias sexuais todas juntas, e isoladas do resto da vida, dava uma beatitude profunda: o sentimento de uma navegação por um mar cada vez mais pacífico, azul e luminoso.
Pier Paolo Pasolini
Petróleo