Utopias


Temos de ser utópicos, não de forma ingénua, mas para revelar a sociedade em que vivemos e para revelar o que nos falta. Insistir no impossível, algo a que apenas a imaginação desfuncionalizada pode dar forma, não é um mero jogo de palavras ou um jogo político. É através dessa desconexão que podemos criar uma verdadeira comunicação, algo capaz de produzir uma comunidade, de revelar aquilo de que precisamos para lá das nossas necessidades básicas: felicidade, paz, a paz não como a interrupção de um processo auto-destrutivo, mas como verdadeira e profunda transformação das sociedades em que vivemos.

Frédéric Neyrat
entrevista suplemento Ipsílon, jornal Público