Poema do Avô (A Noite da Iguana)
Com que calma o ramo de oliva
Vê a tarde ficar menos viva
Nenhuma súplica ou ruído
Seu desespero não é sentido
Um dia será essa luz tolhida
E então o zênite da vida
Terá passado e em tal momento
Começará um segundo alento
E então o zênite da vida
Terá passado e em tal momento
Começará um segundo alento
Crónica já não mais dourada
De mofo e névoa pontilhada
E enfim se parte, então, a rama
E o fruto ao solo se derrama
De mofo e névoa pontilhada
E enfim se parte, então, a rama
E o fruto ao solo se derrama
Num intercâmbio inadequado
Para um matiz que é tão dourado
Pairar tal verde deveria
Por sobre a terra obscena e fria
Para um matiz que é tão dourado
Pairar tal verde deveria
Por sobre a terra obscena e fria
Porém, madura, a fruta altiva
Vê a tarde ficar menos viva
Nenhuma súplica ou ruído
Seu desespero não é sentido
Vê a tarde ficar menos viva
Nenhuma súplica ou ruído
Seu desespero não é sentido
Coragem. Você não poderia
Fazer sua outra moradia
Não só no ramo tão dourado
Mas em meu coração assustado?
Fazer sua outra moradia
Não só no ramo tão dourado
Mas em meu coração assustado?
Tennessee Williams
A Noite da Iguana