Poesia: Os Dias Lentíssimos

OS DIAS LENTÍSSIMOS
ALEXANDRA MONTEIRO
(2011)
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oh, querido bartleby,
como é boa a mansidão
de ficar quieto
quietinho (como o pessanha)
a rir de não lhe doer nada.
às pobres gentes tristes,
que nos chamam de indolentes
e nada sabem da aristocrática lentidão
que foi precisa para enfim aqui chegarmos,
é deixá-las ir
sem ruído
apascentando banalidades
e cadaverizando amanhãs.
Objectiva, 2011
(Cadernos do Campo Alegre)
(lido em 2012; 2015; 2017; 2023)